segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

querida morte

Eu escrevi um poema para voce. Ele nao dizia nada, mas clamava por ajuda. Era um daqueles poemas mudos. As letras foram caindo do meu bolso durante toda a minha vida. As janelas do quarto estao abertas, mas eu nao sinto vontade de voar. Os mesmos bilhetes em cima da mesa, os mesmos coraçoes partidos e os mesmos passos que vao para nunca mais. E eu aqui. Por onde anda voce, hein? O mundo nao quer mais girar. As placas estao borradas. Os amores viraram filmes. Eu sinto saudade de um tempo que nao era meu. Eu descobri que dizer "adeus" é um bom começo longe da vida. Eu estou partindo hoje, no trem das sete. Me espere na mesma cama de sempre, eu nao estarei mais la. Com carinho, eu mesmo.

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